O que é Educação? À nível mundial...
- Cecília Azevedo
- 23 de jun. de 2016
- 3 min de leitura
Quando penso em educação, percebo que a maior diferença de compreensão está entre o mundo oriental e o mundo ocidental, mas imagino a curto prazo, os dois entendimentos universalizados, e cada qual emprestando sua sabedoria (oriente/ocidente e ocidente/oriente). No mundo ocidental, a sociedade é baseada em normas coletivas, enquanto no oriental, a busca é a verdadeira individualidade que floresce por detrás da pessoa.
No mundo ocidental, temos uma educação coletiva, mas o indivíduo não é formado especificamente para encontrar sua originalidade. Essa divergência produziu civilizações com gênios específicos, mas também com defeitos marcantes. Entendo que num futuro muito breve é possível que esses sistemas venham a se fundir para um equilíbrio da civilização humana.
No sistema oriental, é admitido como premissa que em cada forma humana “habita” uma entidade, o Eu, a alma. Esse Eu usa a forma física do ser humano como seu instrumento, ou seu meio de expressão. Pela somatória de seus estados mentais e emocionais, o Eu se manifestará no plano físico, usando o corpo como mecanismo de funcionamento. Finalmente o controle desses meios de expressão é submetido à lei das reencarnações. Graças ao processo evolutivo, o homem gradativamente constrói um instrumento que ele aprende a dominar no decorrer das reencarnações. Assim, o ser humano chega a ter uma consciência verdadeira do que ele é, da sua verdadeira natureza e finalmente ela chega a dominar a forma, entende os mecanismos do desejo e se libera da escravidão do intelecto. Essa emancipação do ser humano para um Ser grandioso é acelerada pelo processo da meditação, onde o intelecto é devidamente informado e treinado.
Essa visão oriental do homem produziu resultados. Podemos dizer que o Oriente produziu todos os fundadores das grandes religiões como Sri Krishna, Budda, o Cristo, e muitos outros líderes religiosos ou políticos carismáticos, reconhecidos como “luzes” do mundo. Esses líderes mostraram caminhos, semeando a idéia da percepção espiritual.
Mas esse treinamento é elitista e místico deixou a desejar no que se refere ao desenvolvimento das grandes massas, que foram postas de lado na Ásia. O resultado foi uma civilização de visionários inspirados, pouco práticos – até há pouco tempo, pois esta situação já está em processo de mudança. Para ilustrar isso: é só pensar na Índia de tecnologia avançada, bomba atômica e na Índia das favelas, das castas, de pobreza extrema e abandono. No Ocidente, aconteceu o contrário. O subjetivo foi ignorado, às vezes visto como uma hipótese maluca.
As premissas da civilização ocidental são que o ser humano possui um intelecto, uma série de emoções, e um aparelho de resposta que permite lidar com o seu habitat, o seu meio ambiente. Além disso, seu caráter vai depender da sua capacidade de resposta ao meio ambiente, da sua educação familiar, e das suas disposições intelectuais. A meta da educação, grosso modo, é fazer com que o indivíduo seja apto física e mentalmente, que sua memória seja treinada para engolir milhares de informações. Que tenha possibilidade de controlar suas emoções e que possa ser um elemento sociável e útil ao sistema econômico, capaz de preencher suas necessidades básicas com um mínimo de custo para a sociedade.
O Ocidente produziu um sistema de educação coletiva, deu à luz a grupos de pensadores: temos escolas, universidades, que padronizam nossa juventude e proporcionam até hoje um conhecimento estereotipado. No Ocidente, é urgente completar a cultura de massa por uma cultura individualizada, para que se destaquem homens capazes de engrandecer o homem e de lhe devolver a dimensão grandiosa do Ser.
O Oriente precisa do conhecimento e da educação coletiva. O Ocidente precisa da sabedoria e da meditação. E ainda mais: existem pesquisas recentes que mostram que o cérebro em atividade está confirmando que a meditação pode ser um aliado extraordinário para afastar os sintomas da falta de atenção, do estresse, do desequilíbrio. Em breve a meditação será considerada como uma “ciência”.
A meditação, que será considerada como um modo de ligação ao campo morfogênico, campo de coerência universal, aplicada a seres altamente educados, será capaz de produzir mudanças iluminadas para uma população de 6 bilhões de habitantes. Ligando assim o objetivo ao subjetivo, as pessoas que serão capazes de “andar” dos dois lados: um pé na realidade objetiva do dia-a-dia, e outro pé no mundo das forças ou energias ainda invisíveis, produzirão as verdadeiras mudanças ou mutações.É essencial que o mundo ocidental aperfeiçoe o sistema de educação cerebral e mental para com sucesso operar a mutação que o mundo moderno exige.
Bibliografia:
Nova ciência da vida - Rupppert Sheldrake Do Intelecto a Intuição – Alice A. Bailey.
O universo informado – Lynn Mc Taggart Como a consciência controla o cérebro – Sir John Eccles.





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